Porto Alegre . Bairro Cidade Baixa . Rua Lima e Silva
Noite de terça-feira, 19h30 da noite. Estaciono o carro e caminho em direção ao bar mais próximo para encontrar um amigo.
Homem, negro, jovem se aproxima. Assim, cambaleando ele vem, tropençando, quase caindo. Me afasto, se aproxima novamente; pouca roupa para espantar o pouco de frio que faz. Tênis com as pontas rasgadas, os dedos de fora, mão na boca, boca aberta, cabelo ensebado, olhos arregalados.
Ele não olha nos meus olhos, não olha para a rua, não olha para os carros, já não olha para mais nada...
Mesmo que possa adivinhar minha resposta ele vem, vem e sem hesitar me pegunta:
- tia, tem 10 real pra eu comprá um crack?
No auge dos seus 20 e poucos anos dessa curta vida, esta criatura vê em qualquer coisa que se mova a chance para alimentar seu vício.
E eu ali, paralisada, esperando que ele fosse pedir dinheiro, quem sabe um cigarro, falar uma besteira, só consigo dizer:
- não, não tenho.
Noite de terça-feira, 19h30 da noite. Estaciono o carro e caminho em direção ao bar mais próximo para encontrar um amigo.
Homem, negro, jovem se aproxima. Assim, cambaleando ele vem, tropençando, quase caindo. Me afasto, se aproxima novamente; pouca roupa para espantar o pouco de frio que faz. Tênis com as pontas rasgadas, os dedos de fora, mão na boca, boca aberta, cabelo ensebado, olhos arregalados.
Ele não olha nos meus olhos, não olha para a rua, não olha para os carros, já não olha para mais nada...
Mesmo que possa adivinhar minha resposta ele vem, vem e sem hesitar me pegunta:
- tia, tem 10 real pra eu comprá um crack?
No auge dos seus 20 e poucos anos dessa curta vida, esta criatura vê em qualquer coisa que se mova a chance para alimentar seu vício.
E eu ali, paralisada, esperando que ele fosse pedir dinheiro, quem sabe um cigarro, falar uma besteira, só consigo dizer:
- não, não tenho.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 Response to "E já não são poucos . . ."